CERATOCONE

O que é?

É uma desordem progressiva na qual a córnea adquire uma forma cônica irregular (astigmatismo elevado e irregular). O quadro ocorre em torno da puberdade (13 a 18 anos) e com progressão subseqüente. Quanto ao papel da hereditariedade, este ainda não foi totalmente elucidado, porém, observamos que a maior parte dos indivíduos que são portadores desta doença não tem ocorrência familiar e os seus descendentes são acometidos em apenas 10% dos casos.

A apresentação é geralmente bilateral e assimétrica, ou seja, um dos olhos tem o quadro mais avançado que o outro. Trata-se de condição rara, encontrada em todas as raças, nas diferentes partes do mundo, com prevalência que varia de 4 a 600 casos por 100.000 indivíduos. Pode estar associado a doenças sistêmicas como as síndromes de Down, Turner, Ehlers-Danlos e Marfan, além de atopia (quadros alérgicos), osteogênese imperfeita e prolapso da válvula mitral (complicações cardíacas – cardiopatias). As condições oculares às quais pode estar associado são a ceratoconjuntivite vernal (conjuntivite alérgica), aniridia (ausência da íris), amaurose (cegueira) congênita de Leber e retinose pigmentar (alteração pigmentar da retina e que leva a cegueira noturna).

Como se percebe?

O paciente pode relatar mudanças freqüentes na prescrição de óculos ou diminuição na tolerância ao uso de lentes de contato. Os sinais observados pelo oftalmologista incluem desde reflexos alterados sobre a córnea até sinais mais específicos de cada uma das camadas (lamelas) da córnea, visualizadas apenas diante de exame com microscópio.

Uma complicação que pode ocorrer é a hidropsia aguda (edema e opacificação súbitos da córnea), que se caracteriza pela rotura de uma ou mais camadas da córnea, tendo como conseqüência o acúmulo de líquido (edema) entre as lamelas e gerando opacificação da dessas (que são transparentes) e assim causando diminuição súbita da visão além de desconforto. Diante dessa situação é primordial que o paciente seja avaliado e tratado para esta situação, o que irá auxiliar na probabilidade de uma melhoria da visão após 6 a 10 semanas do ocorrido (período de cicatrização).

O que fazer?

Como tratamento inicial do ceratocone, em casos brandos, pode ser prescrito óculos. Já nos casos de astigmatismos maiores e avançados, são utilizadas lentes de contato do tipo rígidas. O tratamento cirúrgico está indicado em situações em que a visão não mais melhora com as lentes de contato. A cirurgia é o transplante de córnea, que pode ser do tipo penetrante (para os casos mais avançados – quando toda a espessura da córnea é substituída) ou do tipo lamelar (para os casos mais brandos – quando apenas uma lamela anterior da espessura total da córnea é substituída).

Importante!

Após a cirurgia geralmente é necessário o uso de lentes de contato (para obtenção de melhor acuidade visual), além do uso de colírios que se estendem por meses ou até anos após o procedimento ( sempre orientado seu uso pelo oftalmologista).

Agende uma consulta pelo telefone (51) 3341.9980

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